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Testemunho do António Maia
O meu salutar cumprimento a todos os enfermeiros que estão na diáspora estendido a todos os colegas que também estejam com ideias de seguir o caminho da internacionalização.
Começamos por exportar trabalhadores de construção civil e senhoras da limpeza, depois passamos para os jogadores de futebol e agora chegamos aos enfermeiros e outros profissionais com curso superior. Utilizando uma frase que é recorrente nas conversas de café que tenho em Portugal, têm me dito que Portugal sempre foi uma rampa de lançamento, desde os descobrimentos que temos saído do nosso país e conquistado terra, mar, e o coração das gentes na nossa incansável diáspora, mas deixem-me apresentar e começar pelo principio.
Olá a todos, chamo-me António Maia e tenho 24 anos. De momento encontro-me a trabalhar em Cambridge, Reino Unido, mas antes de vir para terras de nossa majestade, trabalhei em Bordéus, França.
Sou enfermeiro desde Novembro de 2009 e formei-me na Escola Superior de Saúde – Jean Piaget de Viseu, com uma passagem pela Faculdade de Ciencias de la Salud da Universidad de Almeria em Espanha durante o meu ERASMUS. Digamos que este foi o meu “tiping point” para querer vir trabalhar para o estrangeiro, ou melhor, fez-me abrir os olhos para o que existia para além das fronteiras nacionais.
Depois de me formar, estive a espera de arranjar trabalho em Portugal, e fiz o mesmo que todos nós já fizemos; entregar currículos, ir a entrevistas, sondar e internet, o “diabo a 7 “que todos nós sabemos que se tem de arranjar para se conseguir um trabalho, mas sem sucesso. Deu-se a passagem do ano, e o desespero de ter estado a estudar 4 anos e de ver os meus sonhos destruídos, por factores que eu não controlava, ainda fez aumentar mais esse meu desespero de não encontrar um trabalho. Passaram-se 3 meses e decidi fazer uma visita a uns amigos de curso que estavam a trabalhar em Bordéus na altura. Cheguei a Bordéus, e sinceramente a última coisa que tinha nos meus planos era entregar currículos... Conheci a cidade, matei as saudades e juntos lá fui eu entregar currículos a clínicas em Bordéus. Sem saber falar bem o Francês, utilizei o canivete suíço português, a que nós chamamos de desenrascanço, e 3 dias antes da minha viagem de volta recebi um telefonema a dizer que tinha uma entrevista no dia em que vinha de volta para Portugal. Não pude acreditar! Corri Portugal de norte a sul e nenhuma resposta, e em menos de 1 semana tinham-me agendado uma entrevista. Resumindo, quando voltei a Portugal, já tinha de certa forma a mala feita para ir para Bordéus novamente, trabalhar numa clínica na cidade. Fantástico! A primeira coisa que me veio a cabeça foi: - “Porque é que eu fiquei parado tanto tempo? Já podia ter estado a trabalhar á mais tempo!”
Arrumei as minhas coisas e sozinho parti para a aventura! Se não fossem os meus amigos que lá estavam, as coisas tinham sido muito mais difíceis, estarei sempre grato pela ajuda que me deram, e são nestas situações que as amizades de adenção. E a ajuda familiar foi essencial! Apesar de estarem relutantes por ter de ir para o estrangeiro, a minha família de certa forma sabia que em Portugal era muito difícil e mantiveram-se sempre disponíveis para me ajudar!
Escusado será dizer que o meu francês não era nada de especial, mas mesmo assim e depois do curso da alliance française conseguia ter uma conversa e desempenhar o meu trabalho como enfermeiro, mas não me sentia bem em França, e decidi continuar a procura de trabalho noutras paragens. Passado uns meses arranjaram-me um trabalho no Reino Unido. Agarrei a oportunidade, uma vez que falava fluentemente inglês e voilá, agora estou em Cambridge a trabalhar no Addenbrooke’s Hospital.
Da minha experiência em Portugal, Espanha, França e Reino Unido, os cuidados de enfermagem não diferem quase nada do que se aprende em Portugal, se há profissão que dá para viajar e trabalhar pela Europa é a nossa... Temos é de dominar bastante bem a língua para estarmos completamente tranquilos, e a nossa formação vai por si fazer a diferença. Só para terem uma ideia, os enfermeiros no Reino Unido não têm Anatomia nem Fisiologia, e a formação é toda muito “need to know basis”.
Espero que este meu relato os ajude a decidir e como disse ao Nuno e a Sandra, estarei sempre disponível para ajudar quem quiser visitar, ou vir trabalhar para Cambridge. Apenas a 80km de centro de Londres, a 1h15m de comboio de Stansted Airport, e o mesmo tempo do centro de Londres.
Antes de me despedir gostaria de vos dizer que o grande bicho papão de vir para o estrangeiro está unicamente dentro de cada um de nós. Decidi vir para Cambridge sozinho, sem amigos, conhecidos ou família e aqui estou. Os alemães têm um ditado popular e com ele me despeço, “O medo faz o lobo maior do que ele é.”
Abraço a todos
Muitos sucessos!
Começamos por exportar trabalhadores de construção civil e senhoras da limpeza, depois passamos para os jogadores de futebol e agora chegamos aos enfermeiros e outros profissionais com curso superior. Utilizando uma frase que é recorrente nas conversas de café que tenho em Portugal, têm me dito que Portugal sempre foi uma rampa de lançamento, desde os descobrimentos que temos saído do nosso país e conquistado terra, mar, e o coração das gentes na nossa incansável diáspora, mas deixem-me apresentar e começar pelo principio.
Olá a todos, chamo-me António Maia e tenho 24 anos. De momento encontro-me a trabalhar em Cambridge, Reino Unido, mas antes de vir para terras de nossa majestade, trabalhei em Bordéus, França.
Sou enfermeiro desde Novembro de 2009 e formei-me na Escola Superior de Saúde – Jean Piaget de Viseu, com uma passagem pela Faculdade de Ciencias de la Salud da Universidad de Almeria em Espanha durante o meu ERASMUS. Digamos que este foi o meu “tiping point” para querer vir trabalhar para o estrangeiro, ou melhor, fez-me abrir os olhos para o que existia para além das fronteiras nacionais.
Depois de me formar, estive a espera de arranjar trabalho em Portugal, e fiz o mesmo que todos nós já fizemos; entregar currículos, ir a entrevistas, sondar e internet, o “diabo a 7 “que todos nós sabemos que se tem de arranjar para se conseguir um trabalho, mas sem sucesso. Deu-se a passagem do ano, e o desespero de ter estado a estudar 4 anos e de ver os meus sonhos destruídos, por factores que eu não controlava, ainda fez aumentar mais esse meu desespero de não encontrar um trabalho. Passaram-se 3 meses e decidi fazer uma visita a uns amigos de curso que estavam a trabalhar em Bordéus na altura. Cheguei a Bordéus, e sinceramente a última coisa que tinha nos meus planos era entregar currículos... Conheci a cidade, matei as saudades e juntos lá fui eu entregar currículos a clínicas em Bordéus. Sem saber falar bem o Francês, utilizei o canivete suíço português, a que nós chamamos de desenrascanço, e 3 dias antes da minha viagem de volta recebi um telefonema a dizer que tinha uma entrevista no dia em que vinha de volta para Portugal. Não pude acreditar! Corri Portugal de norte a sul e nenhuma resposta, e em menos de 1 semana tinham-me agendado uma entrevista. Resumindo, quando voltei a Portugal, já tinha de certa forma a mala feita para ir para Bordéus novamente, trabalhar numa clínica na cidade. Fantástico! A primeira coisa que me veio a cabeça foi: - “Porque é que eu fiquei parado tanto tempo? Já podia ter estado a trabalhar á mais tempo!”
Arrumei as minhas coisas e sozinho parti para a aventura! Se não fossem os meus amigos que lá estavam, as coisas tinham sido muito mais difíceis, estarei sempre grato pela ajuda que me deram, e são nestas situações que as amizades de adenção. E a ajuda familiar foi essencial! Apesar de estarem relutantes por ter de ir para o estrangeiro, a minha família de certa forma sabia que em Portugal era muito difícil e mantiveram-se sempre disponíveis para me ajudar!
Escusado será dizer que o meu francês não era nada de especial, mas mesmo assim e depois do curso da alliance française conseguia ter uma conversa e desempenhar o meu trabalho como enfermeiro, mas não me sentia bem em França, e decidi continuar a procura de trabalho noutras paragens. Passado uns meses arranjaram-me um trabalho no Reino Unido. Agarrei a oportunidade, uma vez que falava fluentemente inglês e voilá, agora estou em Cambridge a trabalhar no Addenbrooke’s Hospital.
Da minha experiência em Portugal, Espanha, França e Reino Unido, os cuidados de enfermagem não diferem quase nada do que se aprende em Portugal, se há profissão que dá para viajar e trabalhar pela Europa é a nossa... Temos é de dominar bastante bem a língua para estarmos completamente tranquilos, e a nossa formação vai por si fazer a diferença. Só para terem uma ideia, os enfermeiros no Reino Unido não têm Anatomia nem Fisiologia, e a formação é toda muito “need to know basis”.
Espero que este meu relato os ajude a decidir e como disse ao Nuno e a Sandra, estarei sempre disponível para ajudar quem quiser visitar, ou vir trabalhar para Cambridge. Apenas a 80km de centro de Londres, a 1h15m de comboio de Stansted Airport, e o mesmo tempo do centro de Londres.
Antes de me despedir gostaria de vos dizer que o grande bicho papão de vir para o estrangeiro está unicamente dentro de cada um de nós. Decidi vir para Cambridge sozinho, sem amigos, conhecidos ou família e aqui estou. Os alemães têm um ditado popular e com ele me despeço, “O medo faz o lobo maior do que ele é.”
Abraço a todos
Muitos sucessos!