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Aculturação, conformação ou eterna negação?, by Sabrina F.

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Emigrar é por si só um processo de mudança. E para que essa mudança não nos apanhe de surpresa, convém termos conhecimento daquilo que nos espera antes de dizer o adeus a Portugal. Assim sendo, e não pretendendo alimentar estereótipos, mas apenas divulgar a minha experiência por cá, abaixo encontram-se as grandes diferenças que encontrei.





* Enfermagem
As oportunidades de carreira são inúmeras, reais e não são dadas, são merecidas. Há bastante mais reconhecimento social e mais respeito perante os restantes profissionais de saúde, e as decisões são verdadeiramente tomadas em equipa – a alta hospitalar só é consumada quando todos os elementos da equipa concordam.

A possibilidade de delegarmos funções como os cuidados de higiene, avaliação de sinais vitais, balanço hídrico e de ingestão nutricional é outra das grandes diferenças no âmbito profissional. Como enfermeiros, continuamos a recolher dados, pensar sobre eles, formular diagnósticos, definir intervenções, implementá-las e avaliá-las. O processo de Enfermagem continua presente, só que algumas das intervenções, não das decisões, são executadas pelas chamadas “healthcare assistants”.

O aspecto negativo de se ser enfermeiro em Inglaterra é a burocracia a que estamos sujeitos, nomeadamente no preenchimento de formulários quase por cada acção que fazemos. Aqui valoriza-se muito a documentação de procedimentos, no sentido de provar que os executamos e para servirem em nossa defesa, em caso de processo em tribunal.

* Multiculturalidade
O Reino Unido é um país que absorveu cultura de todo um pouco pelo mundo. Só na cidade de Londres, existe no mínimo um representante de cada país do planeta. Deste modo, tem-se acesso a todos os tipos de comida, de rostos, de roupa, de hábitos, crenças e noções de “normal” ou “aceitável”. Ser-se enfermeiro neste país exige muita delicadeza na forma como decidimos e implementamos os cuidados. E viver-se aqui implica termos a mente aberta e aceitarmos a diferença.

* Cortesia
Preza-se muito a educação, provavelmente a palavras mais ditas sao o “please” e o “sorry”. Se ultrapassarem ou baterem contra alguém, peçam desculpas, e a outra pessoa também pedirá, mesmo não tendo culpa nenhuma. Sorrir, apresentar-se, dar um aperto de mão e ser-se delicado é requisito básico de integração social. Esta cortesia traduz-se também em termos de respeito na estrada. A condução não é ruidosa como se pensa, nem mesmo nas horas de ponta em Londres. É bastante segura, e para os amantes de bicicletas, como eu, há de facto muito respeito pelos ciclistas e muitas condições para tal 
– pistas, estacionamentos e segurança.

* Privacidade
Os Ingleses são reservados por natureza, gostam da sua privacidade e que a respeitem. Não costumam ser pessoas emotivas mas são directos no trato com as pessoas, quando há algum problema eminente. No metro vê-se bem esta realidade, ninguém fala com ninguém e independentemente do quão abarrotado esteja o ambiente, todos bebem o seu chã e lêem o seu livro/jornal. Cada pessoa envolta no seu mundo, mesmo que alguém esteja a fazer alongamentos, a rezar ou a maquilhar-se, coisa normal no metro da capital.

* Filas
É possível fazer-se fila? Venha ela então! Qualquer oportunidade que exija organização, a reacção é imediata, forma-se uma fila. Ao subir a escada rolante do metro identifica-se perfeitamente quem é turista e quem já está aculturado, e ver a cara dos turistas quando se apercebem que estão a fugir a uma norma bastante enraizada cá é bastante cómico.

* Pubs
Os pubs são os típicos bares deste país onde além de se beber bastante e de se brindar com o famoso “Cheers”, há menus de comida inglesa – desculpem, mas nada vence a comida portuguesa - concursos de karaoke e de cultura geral e dança. Estes tradicionais bares são um espaço de diversão aberto desde manhã, mas que essencialmente a partir das cinco da tarde estão repletos de gente chegada de um longo dia de trabalho. A noite e os eventos começam bastante cedo - sete da tarde é uma hora boa para se sair de casa, até porque a noite acaba bastante cedo, geralmente meia-noite nos “pubs” e duas ou três da manhã, nas discotecas.

* Típica conversa
Os planos para as férias ou fim-de-semana ou o reclamar sobre o tempo são os temas in de conversa por estas bandas. Viajar é algo bastante comum entre os britânicos, daí que sempre que se aproximam uns dias livres, pressupõem sempre que se vai a algum lado. Em relação ao tempo, de facto falam muito dele, mas nunca percebi bem porque, dado que ele varia apenas entre o cinzento e o acinzentado. Quando há um raio de sol, é moda ir tudo para o jardim tentar apanhar uma certa corzinha.

Apesar dos defeitos presentes nesta cultura, nenhuma cultura é perfeita, o que mais admiro nela é que não há um olhar de canto sempre que se quer ter um almoço num banco de jardim ou um ir para o trabalho de bicicleta… Porque o ser-se “desenvolvido” não se reduz a ter-se poder económico… Talvez, digo eu...


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