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Especialidades

Hoje deu-me para falar das especialidades.. ou melhor, das Especializações em Enfermagem. E acho que me deu para isto por causa de um email que recebi da Ordem dos Enfermeiros a propósito das competências dos Enf. Especialistas em Obstectricia.
É sempre bom ver a OE defender as competências dos enfermeiros especialistas. O que não percebo é porquê que ninguém se preocupa com os milhares de enfermeiros que se especializam e ficam anos a exercer funções generalistas. É como se o facto destes profissionais altamente qualificados terem gasto tempo, dinheiro e chatices familiares a fazer uma formação especializada, extremamente necessária nos cuidados de saúde dos portugueses.. fosse irrelevante!
E o que acho piada é que ninguém fala nisto! E o que tem mais piada é que a especialidade nem sequer faz parte da carreira de enfermagem!
Mas sou só eu que acho isto tudo estranho ou há mais alguém por aí?
Então uma pessoa anda ano e meio a especializar-se, tem de acumular o trabalho com as aulas (pagas do seu próprio bolso ao contrário do que acontece nos países aqui a volta!), tem de coordenar
emprego-filhos-aulas-maridos/esposas-estagios-roupa-cozinha-noitesSemdormir-horariosDosColegiosDosFilhos-sorrirSempreAosDoentesMesmoEstandoCompletamentedeRastoseSemDormir-MarcaroPontoaHoras-AndaraCorrerdeUmLadoParaOutro.. ano e meio.. e no fim.. Não serve para nada?!!
Há tempos falei nisto a uma pessoa que me respondeu com a frase que agora se usa para tudo.. “Restrições Orçamentais”. Ao que eu respondi:
“E o que é que as ‘restrições orçamentais’ têm a ver com o facto de não se aproveitarem profissionais que ja pagaram a especialidade do seu bolso e que estão a ser completamente desperdiçados?”
É que estes profissionais nem sequer andam a pedir para lhes pagarem como especialistas (por mais que queiram, isso é tão impossível como o Homem voltar à lua uma segunda vez).. Só querem mesmo exercer a formação que têm e que os doentes por todo o país tanto precisam. É que, se os doentes não precisassem.. Eu não tenho dados estatísticos, mas..
* Há assim tantos enfermeiros especialistas em Saúde Comunitária aí por essas aldeias do país?
* Está o país a atravancar de Enfermeiros de Reabilitação?
* Há por aí Enfermeiros de Saúde Mental aos pontapés, com tantos problemas de depressão, stress, psicoses, distúrbios alimentares na juventude e comportamentos aditivos?
Mas, se não temos excesso destes profissionais, e se a formação deles não custou um tostão ao estado.. Porque não estão eles a fazer o que gostam e que as populações precisam? Qual é a necessidade de ter estes profissionais desmotivados a exercer funções para os quais não é necessário nenhuma formação específica em enfermagem?
Alguém me explica? Alguém fala nisto? Alguém diz alguma coisa?
É que são uns milhares de enfermeiros que gostavam que alguém dissesse alguma coisa..
Já alguém chamou estes profissionais e lhes pediu opiniões? Sugestões? Sei lá, talvez eles até tenham ideias.. Ou vai tudo continuar com a cabeça na areia a fazer de conta que não se passa nada?..
??!!!
Ora bem, eu tenho algumas sugestões (embora ninguém me vá ligar nenhuma)..
Os Enfermeiros Especialistas possuem formação não só específica da sua área de cuidados de enfermagem, mas também de gestão e administração. Isto faz destes profissionais elementos essenciais não só na prestação de cuidados de saúde com excelentes conhecimentos em áreas específicas, como na organização e planeamento de serviços e projectos de saúde.
Seria pois importante,
Ao nível das regiões de saúde:
● Criar uma base dados com todos os Enf. Especialistas/ Região
● Identificar as necessidades destes especialistas de acordo com as unidades de saúde/ necessidades da população
● Promover e estimular a mobilidade destes especialistas de acordo com estas necessidades e vontade dos profissionais
Nota: Hoje em dia um enfermeiro especialista que queira pedir a sua mobilidade para um local onde há necessidade da sua especialidade, não consegue!
● Criação e estimulação de projectos de saúde que envolvam estes profissionais
Ao nível das organizações de saúde (Hospitais, ULS, Centros de Saúde, etc.):
● Distribuição dos Enf. Especialistas pelos serviços, de acordo com as suas áreas de especialização
● Estabelecer uma Visão para a organização que tenha subjacente a melhoria dos cuidados de saúde. Dever-se-ão estruturar projectos, coordenados nas áreas de enfermagem por Enf. Especialistas que visem recolher e trabalhar indicadores de saúde, promover mecanismos de melhoria contínua, etc.
Para que o ponto anterior tenha de facto impacto, estes projectos deverão ter visibilidade interna/externa, através de algum tipo de publicação (papel/site/internet/facebook/twitter,etc)
A divulgação destes projectos ajudará as populações a compreender o impacto do que está a ser feito pela unidade de saúde, pela saúde da sua população utente. Os profissionais poderão ver os frutos do seu esforço académico retribuído. As instituições terão mais e melhores indicadores para trabalhar, profissionais mais motivados e poderão servir melhor as populações. Nota: Se alguém tiver interesse, eu posso explicar detalhadamente como um projecto destes poderia ser implementado.
Existem custos na implementação de um modelo destes, mas são custos mínimos comparados com os ganhos. Apenas é necessário reorganizar os enfermeiros especialistas e dar-lhes empowerment.
Há imensas coisas em que se podem envolver os Enfermeiros Especialistas. Ficar sem fazer nada é que me parece um completo desperdício de recursos humanos.
Pronto, já dei os meus “2 cents”. Ninguém me vai ligar nenhuma e daqui a 20 anos vai estar tudo na mesma.. Mas, eu pelo menos, tentei! :)
É sempre bom ver a OE defender as competências dos enfermeiros especialistas. O que não percebo é porquê que ninguém se preocupa com os milhares de enfermeiros que se especializam e ficam anos a exercer funções generalistas. É como se o facto destes profissionais altamente qualificados terem gasto tempo, dinheiro e chatices familiares a fazer uma formação especializada, extremamente necessária nos cuidados de saúde dos portugueses.. fosse irrelevante!
E o que acho piada é que ninguém fala nisto! E o que tem mais piada é que a especialidade nem sequer faz parte da carreira de enfermagem!
Mas sou só eu que acho isto tudo estranho ou há mais alguém por aí?
Então uma pessoa anda ano e meio a especializar-se, tem de acumular o trabalho com as aulas (pagas do seu próprio bolso ao contrário do que acontece nos países aqui a volta!), tem de coordenar
emprego-filhos-aulas-maridos/esposas-estagios-roupa-cozinha-noitesSemdormir-horariosDosColegiosDosFilhos-sorrirSempreAosDoentesMesmoEstandoCompletamentedeRastoseSemDormir-MarcaroPontoaHoras-AndaraCorrerdeUmLadoParaOutro.. ano e meio.. e no fim.. Não serve para nada?!!
Há tempos falei nisto a uma pessoa que me respondeu com a frase que agora se usa para tudo.. “Restrições Orçamentais”. Ao que eu respondi:
“E o que é que as ‘restrições orçamentais’ têm a ver com o facto de não se aproveitarem profissionais que ja pagaram a especialidade do seu bolso e que estão a ser completamente desperdiçados?”
É que estes profissionais nem sequer andam a pedir para lhes pagarem como especialistas (por mais que queiram, isso é tão impossível como o Homem voltar à lua uma segunda vez).. Só querem mesmo exercer a formação que têm e que os doentes por todo o país tanto precisam. É que, se os doentes não precisassem.. Eu não tenho dados estatísticos, mas..
* Há assim tantos enfermeiros especialistas em Saúde Comunitária aí por essas aldeias do país?
* Está o país a atravancar de Enfermeiros de Reabilitação?
* Há por aí Enfermeiros de Saúde Mental aos pontapés, com tantos problemas de depressão, stress, psicoses, distúrbios alimentares na juventude e comportamentos aditivos?
Mas, se não temos excesso destes profissionais, e se a formação deles não custou um tostão ao estado.. Porque não estão eles a fazer o que gostam e que as populações precisam? Qual é a necessidade de ter estes profissionais desmotivados a exercer funções para os quais não é necessário nenhuma formação específica em enfermagem?
Alguém me explica? Alguém fala nisto? Alguém diz alguma coisa?
É que são uns milhares de enfermeiros que gostavam que alguém dissesse alguma coisa..
Já alguém chamou estes profissionais e lhes pediu opiniões? Sugestões? Sei lá, talvez eles até tenham ideias.. Ou vai tudo continuar com a cabeça na areia a fazer de conta que não se passa nada?..
??!!!
Ora bem, eu tenho algumas sugestões (embora ninguém me vá ligar nenhuma)..
Os Enfermeiros Especialistas possuem formação não só específica da sua área de cuidados de enfermagem, mas também de gestão e administração. Isto faz destes profissionais elementos essenciais não só na prestação de cuidados de saúde com excelentes conhecimentos em áreas específicas, como na organização e planeamento de serviços e projectos de saúde.
Seria pois importante,
Ao nível das regiões de saúde:
● Criar uma base dados com todos os Enf. Especialistas/ Região
● Identificar as necessidades destes especialistas de acordo com as unidades de saúde/ necessidades da população
● Promover e estimular a mobilidade destes especialistas de acordo com estas necessidades e vontade dos profissionais
Nota: Hoje em dia um enfermeiro especialista que queira pedir a sua mobilidade para um local onde há necessidade da sua especialidade, não consegue!
● Criação e estimulação de projectos de saúde que envolvam estes profissionais
Ao nível das organizações de saúde (Hospitais, ULS, Centros de Saúde, etc.):
● Distribuição dos Enf. Especialistas pelos serviços, de acordo com as suas áreas de especialização
● Estabelecer uma Visão para a organização que tenha subjacente a melhoria dos cuidados de saúde. Dever-se-ão estruturar projectos, coordenados nas áreas de enfermagem por Enf. Especialistas que visem recolher e trabalhar indicadores de saúde, promover mecanismos de melhoria contínua, etc.
Para que o ponto anterior tenha de facto impacto, estes projectos deverão ter visibilidade interna/externa, através de algum tipo de publicação (papel/site/internet/facebook/twitter,etc)
A divulgação destes projectos ajudará as populações a compreender o impacto do que está a ser feito pela unidade de saúde, pela saúde da sua população utente. Os profissionais poderão ver os frutos do seu esforço académico retribuído. As instituições terão mais e melhores indicadores para trabalhar, profissionais mais motivados e poderão servir melhor as populações. Nota: Se alguém tiver interesse, eu posso explicar detalhadamente como um projecto destes poderia ser implementado.
Existem custos na implementação de um modelo destes, mas são custos mínimos comparados com os ganhos. Apenas é necessário reorganizar os enfermeiros especialistas e dar-lhes empowerment.
Há imensas coisas em que se podem envolver os Enfermeiros Especialistas. Ficar sem fazer nada é que me parece um completo desperdício de recursos humanos.
Pronto, já dei os meus “2 cents”. Ninguém me vai ligar nenhuma e daqui a 20 anos vai estar tudo na mesma.. Mas, eu pelo menos, tentei! :)