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Trabalhar como agency nurse
Tal como todos os processos burocráticos, ser Enfermeiro no Reino Unido requer alguma paciência inicial. Na minha opinião acho que depois da grande decisão tomada (sair de Portugal) o essencial não é escolher qual o hospital ou a cidade onde queremos morar. No meu caso, todas essas decisões foram em vão. Primeiro decidi que só aceitaria Londres e depois ainda me dei ao trabalho de andar a ver qual o hospital… que perda de tempo! Bem… aprende-se com os erros. Acho que cada caso é um caso e cada pessoa tem que definir as suas prioridades. No meu caso, estava com alguma pressa em vir trabalhar para Inglaterra, logo todas essas decisões saíram furadas.
Como tinha ido a Londres a uma entrevista e não tinha sido seleccionada, decidi que não poderia gastar mais dinheiro em idas e vindas! Depois da desilusão e do balde de água fria dum NÃO como resposta, decidi ser prática e aceitar qualquer coisa (mas que não abusassem!!!). Ligaram-me de algumas agências e até mesmo de hospitais para onde concorri pelo NHS, mas todas tinham entrevistas em Londres ou então eram no Porto, mas teria que esperar muito tempo pela entrevista… fora de questão.
Foi então que me ligaram da agência para qual ainda trabalho, a proposta era Manchester, trabalhar como locum nurse num hospital. Sounds perfect! Arrumei duma vez com todos os problemas, entrevista pelo telefone, Manchester cidade grande e longe com Nursing Homes e Cuidados Continuados! Todos os pormenores tiveram contratempos, mas ainda estou viva e mantenho os meus dois rins!
Nos primeiros dias acho que a sensação é comum a todos, o inglês matou-me! E eu a pensar que sabia falar inglês, mal cheguei ao hospital e assisti a uma passagem de turno essa sensação foi por água abaixo. Acho que percebi cerca de 10% da primeira passagem de turno!!!! Dois dias depois calhei no serviço de Hemodiálise e Nefrologia (bastante específico portanto), o nível de compreensão desceu para cerca de 5%. Instalou-se o pânico! Mas com a velocidade que se instalou, foi passando. Todos os acrónimos e abreviaturas começaram a ser mais familiares e tudo começou a ser mais fácil (ou menos difícil). Ainda hoje todos os dias luto com o inglês, mas acho que no geral todas as pessoas são bastante compreensivas. Arranjo logo motivo de conversa com os doentes, pois estes ao verem o meu nível gramatical perguntam logo “Where are you from?” e temos conversa! (Cristiano Ronaldo ganha ao Figo, sem sombra de dúvidas).
Quanto ao facto de não ter um Permanent Job… Se gosto de ser Agency Nurse… errr, diria que agora, depois de 2 meses de aqui estar, de saber quais os serviços que me sinto melhor, de conseguir arranjar turnos quase sempre para o mesmo serviço, de cancelar turnos nos serviços que não gosto (e arranjar outros turnos para os serviços que gosto), acho que no final o balanço é positivo, principalmente à sexta-feira, dia de receber o ordenado semanal J
Tudo tem os seus senãos. Já fiz muitos turnos onde senti que não era bem-vinda. Noutros mal falavam para mim, algumas colegas chegavam mesmo a fazer má cara se eu pedisse para repetir pois não entendia o “inglês”… enfim. Temos que arranjar estratégias para conseguirmos lidar com a situação. Quem nos distribui os turnos são os operadores do call center na Índia, não é uma equipa grande por isso facilmente conseguimos familiarizarmo-nos com todos eles. Impossível é o facto de eles não fazerem parte da nossa vida, pois chego a receber 5 chamadas no mesmo dia. Quais namorados qual quê! No meu caso, gosto imenso dum operador e agora sempre que quero fazer alguma “operação” mais complicada (por exemplo, cancelar dois turnos diurnos em serviços que não gosto e marcar um turno nocturno num serviço que adoro) peço para falar com ele (ou os colegas passam logo para ele quando notam que sou eu). Conclusão, ele já sabe quais os serviços que não gosto e está tudo controlado! Ou não fosse eu “tuga” a tentar dominar o “sistema”!
Sinceramente, não me arrependo nada de ter aceite ser agency nurse. Vou a Portugal quando quero. Não tenho que marcar férias. Não tenho que pedir trocas. Não tenho que trabalhar aos sábados de manhã. O Natal foi em Portugal… Apesar de todas as desvantagens de não ter um emprego fixo, são muitas as vantagens de ser agency nurse, principalmente para quem quer vir para Inglaterra mas não sabe muito bem para qual hospital, cidade, especialidade ou por quanto tempo… O meu conselho é “aventurem-se”, pois é um bom começo!
Como tinha ido a Londres a uma entrevista e não tinha sido seleccionada, decidi que não poderia gastar mais dinheiro em idas e vindas! Depois da desilusão e do balde de água fria dum NÃO como resposta, decidi ser prática e aceitar qualquer coisa (mas que não abusassem!!!). Ligaram-me de algumas agências e até mesmo de hospitais para onde concorri pelo NHS, mas todas tinham entrevistas em Londres ou então eram no Porto, mas teria que esperar muito tempo pela entrevista… fora de questão.
Foi então que me ligaram da agência para qual ainda trabalho, a proposta era Manchester, trabalhar como locum nurse num hospital. Sounds perfect! Arrumei duma vez com todos os problemas, entrevista pelo telefone, Manchester cidade grande e longe com Nursing Homes e Cuidados Continuados! Todos os pormenores tiveram contratempos, mas ainda estou viva e mantenho os meus dois rins!
Nos primeiros dias acho que a sensação é comum a todos, o inglês matou-me! E eu a pensar que sabia falar inglês, mal cheguei ao hospital e assisti a uma passagem de turno essa sensação foi por água abaixo. Acho que percebi cerca de 10% da primeira passagem de turno!!!! Dois dias depois calhei no serviço de Hemodiálise e Nefrologia (bastante específico portanto), o nível de compreensão desceu para cerca de 5%. Instalou-se o pânico! Mas com a velocidade que se instalou, foi passando. Todos os acrónimos e abreviaturas começaram a ser mais familiares e tudo começou a ser mais fácil (ou menos difícil). Ainda hoje todos os dias luto com o inglês, mas acho que no geral todas as pessoas são bastante compreensivas. Arranjo logo motivo de conversa com os doentes, pois estes ao verem o meu nível gramatical perguntam logo “Where are you from?” e temos conversa! (Cristiano Ronaldo ganha ao Figo, sem sombra de dúvidas).
Quanto ao facto de não ter um Permanent Job… Se gosto de ser Agency Nurse… errr, diria que agora, depois de 2 meses de aqui estar, de saber quais os serviços que me sinto melhor, de conseguir arranjar turnos quase sempre para o mesmo serviço, de cancelar turnos nos serviços que não gosto (e arranjar outros turnos para os serviços que gosto), acho que no final o balanço é positivo, principalmente à sexta-feira, dia de receber o ordenado semanal J
Tudo tem os seus senãos. Já fiz muitos turnos onde senti que não era bem-vinda. Noutros mal falavam para mim, algumas colegas chegavam mesmo a fazer má cara se eu pedisse para repetir pois não entendia o “inglês”… enfim. Temos que arranjar estratégias para conseguirmos lidar com a situação. Quem nos distribui os turnos são os operadores do call center na Índia, não é uma equipa grande por isso facilmente conseguimos familiarizarmo-nos com todos eles. Impossível é o facto de eles não fazerem parte da nossa vida, pois chego a receber 5 chamadas no mesmo dia. Quais namorados qual quê! No meu caso, gosto imenso dum operador e agora sempre que quero fazer alguma “operação” mais complicada (por exemplo, cancelar dois turnos diurnos em serviços que não gosto e marcar um turno nocturno num serviço que adoro) peço para falar com ele (ou os colegas passam logo para ele quando notam que sou eu). Conclusão, ele já sabe quais os serviços que não gosto e está tudo controlado! Ou não fosse eu “tuga” a tentar dominar o “sistema”!
Sinceramente, não me arrependo nada de ter aceite ser agency nurse. Vou a Portugal quando quero. Não tenho que marcar férias. Não tenho que pedir trocas. Não tenho que trabalhar aos sábados de manhã. O Natal foi em Portugal… Apesar de todas as desvantagens de não ter um emprego fixo, são muitas as vantagens de ser agency nurse, principalmente para quem quer vir para Inglaterra mas não sabe muito bem para qual hospital, cidade, especialidade ou por quanto tempo… O meu conselho é “aventurem-se”, pois é um bom começo!