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Crónica de Gestão: Chefia e Liderança

Alguns colegas têm-me pedido para escrever um pouco sobre gestão. Conheço pessoalmente muitos colegas que estão a fazer formação em áreas de Administração, Gestão e Economia em saúde. Como tive a sorte de ser docente e coordenador de um Executive Master nesta área, tenho além da perspectiva prática de Manager de uma unidade cirurgica em Southampton, a perspectiva teórica que me permite abordar estas questões.

O meu objectivo é escrever sobre questões muito práticas com que lidamos todos os dias, mas sobretudo gostaria de poder contribuir para uma nova geração de enfermeiros gestores que usem novas ferramentas, novas metodologias e sejam sobretudo inovadores.
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Em 1990, ingressei no serviço militar obrigatório em Tancos. Não sei que raio se passou nos testes psicotécnicos que aquela malta de verde achou que eu devia abandonar a minha rica vidinha nos estados unidos e passar a andar de mochila às costas e cabelo rapado.

Bem, confesso que fiquei pior que estragado. Como vivia sozinho só tinha o meu ordenado para pagar contas, por isso fiquei numa situação muito má. O soldo não chegava para um bilhete de comboio, pelo que muitos fins de semana eu não tinha sequer dinheiro para vir a casa. Claro que a minha revolta com aquela situação se traduziu numa recruta muito penosa :) Na altura, eu tinha um sentido de humor muito apurado e pôr um poletão a rir as gargalhadas durante os exercícios militares, não me tornou lá muito famoso junto dos sargentos.

Pronto, passei um mau bocado, disse mal da tropa até ao infinito.. mas.. só uns anos mais tarde percebi o quanto aquele período me tinha moldado enquanto pessoa. Hoje sinceramente, tenho aqueles quase 2 anos como um excelente curso prático de gestão e foi porventura a fase da minha vida em que aprendi importantes valores que ainda hoje guardo.

O sargento responsável pela recruta era um daqueles homens duros ao estilo Clint Eastwood. Medalhado em provas de tiro de precisão, especializou-se em resistência e sobrevivência militar. O que ouviamos sobre ele era bastante impressionante.. Sobreviver durante semanas nas matas do Congo, Bósnia ou Brasil enquanto se é “caçado” por tropas de elite, tornavam-no quase um herói aos olhos daqueles miúdos recrutas.

No meu caso, eu achava-o um “gajo” chato cuja única missão na vida era castigar-me por tudo e por nada. Na gíria militar, eu passava a vida a “encher”! Eu era mesmo teimoso, caneco..

O “sarjas” tinha uma característica que eu não vi nos outros militares de carreira. Sempre que nos mandava fazer um exercício, ele dava primeiro o exemplo. Costumava dizer, “Eu não vos mando fazer nada que eu próprio não faça, mas ai daquele que não me seguir”. Lembro-me da primeira vez que tivemos de andar num pórtico com uns 20cm de largura a uma altura de um 2º ou 3º andar. O “sarjas” atravessou-o como se estivesse a andar na rua e a seguir tivemos de o seguir (com mais ou menos pânico). Mas definitivamente, as suas características de chefia e liderança ficaram demonstradas no dia em que fomos para um monte a vários kilómetros do quartel, lançar umas granadas .

Depois de sermos ensinados a manusear aquela espécie de “pinho” verde mortífero, dois dos meus colegas atiraram-nas o mais longe que conseguiram. Como era do procedimento abrigamo-nos e ficamos a espera do rebentamento. Acontece que a 2ª granada não explodiu, ficou a uns 50-60 metros abaixo do monte. Atiramos algumas pedras a tentar que a vibração pudesse detona-la, mas nada. Era um perigo deixar aquilo ali, uma granada activada pode explodir a qualquer momento e um miúdo ou um pastor poderiam encontra-la.. Então o “sarjas” foi ao jipe buscar uma carga explosiva qualquer, desceu o monte, aproximou-se o mais lentamente que conseguiu do “pinhão” verde, colocou a carga junto dele e saiu. Nem equipamento de segurança, nem coisa nenhuma.. Fez aquilo como quem vai ali a esquina pedir pizzas e já vem! Eu acho que não consegui respirar o tempo todo..

Pronto, a coisa verde explodiu e voltamos todos pro quartel com algo para recordarmos o resto da vida.
…..............

Todos nós já tivemos exemplos de bons e maus chefes ao longo da vida. Há porém características simples de liderança que fazem toda a diferença para as equipas com que somos responsáveis.

O que tornava o “sarjas” um excelente Chefe/Líder?

1º - Competente. Alguém altamente qualificado naquilo que fazia.
2º - Dava o exemplo. Não mandava fazer nada que ele não fizesse também.
3º - Altruísta. Mais preocupado com a sua equipa que consigo mesmo.

Pessoalmente sou de opinião que ninguém será nunca um bom chefe/director/gestor se não possuir pelo menos estas 3 características. Se um dia forem chefes, não esqueçam isto!

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