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Ola mais uma vez. Já a imenso tempo que não tinha o prazer de partilhar convosco as minhas experiencias nesta perola nossa que e o nosso planeta.

Bem, para quem não em conhece, o meu nome e Vasco Carvalho, licenciado em enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo. Quando acabei o curso em 2006 consegui, quase de imediato (bons tempos), arranjar trabalho no Algarve em um hospital particular. Passados 2 anos, em finais de 2008 início de 2009, devido a várias razoes, desde a busca de uma vida melhor ate a aquisição de novas experiencias, decidi saltar fronteiras e ingressar numa aventura no Reino Unido, mais especificamente num hospital de especialidade cardio-toracica em Londres.

Dois anos se passaram por terras de sua majestade e em finais de 2010 início de 2011, não sei se por pura curiosidade, sede de conhecimento, ou por mero sentido de aventura, decidi embarcar numa nova aventura, desta vez para um canto bem remoto do planeta, Timor-Leste. Esta foi sem dúvida a maior aventura pessoal e profissional pela qual alguma vez passei. Outro testemunho que enviei em Abril de 2010 para esta mesma página explica em algum detalhe o que por la andei a fazer. De um modo muito leve assumi a posição de enfermeiro formador e coordenador de projecto da missão dos médicos do mundo em Timor-Leste.

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Foi durante essa aventura em Timor que se começou a traçar o caminho que culminou com o que estou agora a fazer. Enquanto exercia em Timor-Leste, tive o prazer de lidar com parceiros fantástico, tal como UNICEF, ONU, WFP, OMS, World Bank e muitas outras instituições cujas funções internacionais me aliciaram de tal forma ao ponto de moldarem os passos que daria a seguir.

Ora, na sequência da minha missão em Timor-Leste, nos meses que imediatamente se precederam, e depois de um merecido descanso, (engane-se quem pensa que missões internacionais em países em desenvolvimento são pera doce), comecei a pensar quais iriam ser os meus próximos passos. Ora na minha perspectiva, do ponto de vista profissional já exerci em Portugal, Reino Unido e Timor-Leste; Já exerci em cuidados diferenciados e primários e já exerci em países desenvolvidos (UK), em países em desenvolvimento (Timor) e em países assim assim (Portugal ;-p). Do ponto de vista académico para além da licenciatura em enfermagem e de um curso de HDU em Inglaterra não tinha mais nada de significativo. Foi essa perspectiva que me levou a concluir que agora era tempo de ingressar em algo completamente novo, um mestrado. 

A questão que se colocava agora era, qual o programa que deveria eu escolher? Triando e priorizando os meus gostos conclui que timor foi de longe aquilo que eu mais gostei de fazer. Todas as relações institucionais que estabeleci, toda a gestão logística e financeira que fiz, todas as medidas em saúde de âmbito nacional nas quais participei (desenvolvimento e aplicação), e o ambiente internacional no qual trabalhei; tudo isso me levou ao ponto onde me encontro agora. 

Ora o mestrado ao qual concorri chama-se “Public Policy and Human Development” leccionado pela universidade de Maastricht / Universidade das Nações Unidas e prepara-nos para uma panóplia de temáticas, todas elas direccionadas para a desenvolvimento, criação e aplicação de medidas publicas ao nível nacional tendo em conta todos os factores que a elas estão inerentes. 

O processo de concurso foi moroso, para alem das papeladas que todos nos estamos habituados, tive de fazer imensos trabalhos que foram sujeitos a avaliação, o meu background académico e profissional também foi escrutinado em detalhe e no final por mérito ou por sorte, fui aceite.

Desengane-se quem pensa que a vida que estou a ter agora esta a ser fácil. Esta esta a ser a nível de carga de trabalho, noites mal passadas e dores de cabeça o maior desafio intelectual e de certa forma físico que alguma vez tive. 

Primeiro, vim para aqui apenas para estudar. Sem bolsas sem nada a única fonte de recursos que tenho são as minhas poupanças que acumulei ao longo dos 6 anos que exerci. Para minimizar o impacto de tal rombo financeiro, durante os meses de Maio, Junho e Julho, trabalhei intensivamente em Inglaterra no mesmo hospital onde exerci em 2009-2011 na qualidade de Bank-Nurse. Estadias, digamos que em poucas semanas saltei mais vezes de casa do que muita gente numa vida inteira, a viver da boa vontade de grandes amigos. (Se vocês estiverem a ler isto, MUITO Obrigado vocês foram fantásticos nunca esquecerei a ajuda que vocês me deram). 

Em agosto iniciei um curso intensivo de Economia em Ciências Politicas pela universidade de Maastricht num esforço para me homogeneizar com o resto do grupo de estudos. E em Setembro parti para Maastricht.

Quando ca cheguei não me parava de perguntar a mim mesmo, “que raio estou eu aqui a fazer?”. Depois de uma paragem de 6 anos, ingressar num curso ao nível de mestrado, em áreas que nunca dominei ou sequer bases tinha, numa das universidades, num dos programas mais difíceis em toda a europa e sem nunca ganhar salario. Eu deveria estar completamente maluco. 

Quando comecei e nos primeiros meses, não houve um só dia em que não pensasse em desistir. Todos os cursos eram intensivos, de tal forma que não tinha um dia livre e mal noites para dormir. Public policy introduction, Public economics, Statistics advanced, Econometrics, Public Policy Analysis e STATA, esses foram os demonios que me assombraram durante tanto tempo.

Depois a sensação de “velhice”, com bolonha toda a gente parte de imediato de cursos de bacharéis (economias, politica, estudos europeus) para este mestrado. Ora digamos que a facha etária, excluindo alguns outliers, e consideravelmente jovem. Alem do mais, a terrível sensação de gastar dinheiro e não ver nenhum a cair no final do mês, acreditem, custa. Por fim, a sensação de saber que de todos os estudantes do meu programa eu era o único que não tinha background de pelo menos um dos cursos incluídos neste mestrado. Enfim, medonho.

A verdade, e que ao longo do tempo e com muito muito muito trabalho fui passando todos os cursos e a motivação foi aparecendo. Muita gente me motivou, outros me chamavam maluco, penso que faz parte deste processo. Agora, passado o primeiro semestre ao qual passei a todas as disciplinas, sinto-me mais confiante, e com um nível de conhecimentos que se equipara a qualquer um do programa. Alem disso também já me adaptei ao ritmo acelerado de estudo. 

Quanto as sensações de impotência perante o salario que tende em não aparecer, bem, tento canalizá-las para o objectivo final, a conclusão deste programa. Agora encontro-me a fazer a especialidade do segundo semestre, esta e uma área opcional na qual estão integrados vários cursos. A especialidade que eu escolhi chama-se “Risk and Vulnerability”. Tudo nela me agrada, e a perfeita comunhão com a nossa área e tudo aquilo que eu tenho vindo a aprender ate agora neste mestrado. 

Imaginem-se fazer o levantamento de todas as vulnerabilidades das populações perante, desastres naturais, alterações climáticas, desastres humanos, guerras, pandemias etc, criar medidas que permitam diminuir essas vulnerabilidades e se for o caso desenvolver planos de actuação na eventualidade do desastre ocorrer e que planos criar para o esforço de reconstrução. Envolve tudo desde saúde passando ela geografia e economia epidemiologia e demografia. Basicamente e o embrulho que estou a usar para por o meu background académico e profissional numa “massa” solida e comum.

Planos para o futuro? Primeiro e mais importante de tudo, terminar este programa. Se tudo correr bem, Agosto será um dos meses mais felizes da minha vida. Depois, tentar arranjar trabalho nas áreas em que andei a investir, de preferência nas Nações Unidas, Banco Mundial ou Organização Mundial de Saúde. De preferência algo que me permita pelo menos um dia por semana ou talvez mais, exercer funções clinicas em algum hospital para manter as minhas aptidões e contacto directo com os meus colegas em acção. 

Mas o futuro logo se vera. Agora e viver o momento. 
Porque nao ler sobre as outras experiencias do Vasco por Timor Leste? Aqui! 
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